Algumas coisas que acontecem tem uma força tão grande que nem com muita vontade se consegue apagar. E algumas outras são, aparentemente, tão pequenas e insignificantes que tomam um lugar tão pequeno quanto o seu tamanho, e se escondem, de forma quase que imperceptível, a ponto de pensar não se lembrar dela, mas ela está ali, firme e forte, fazendo cócegas ou doendo tanto que nem se pode acreditar nelas.
E como medir o tamanho de uma lembrança ou sua importância?
E como saber qual o seu valor?
Acredito ser impossível contabilizá-las ou mensurá-las ao certo. Nunca conheci alguém que soubesse o tamanho ou a quantidade de suas lembranças.
Chego a conclusão que elas apenas são. Não temos o poder de escolha ou seleção. Nem ao menos controlamos. Assim é também com os pensamentos.
Então, seriam as lembranças brincadeiras pensantes? Seriam frases e imagens premeditadas ou sorteadas? Seriam sonhos reais? Ou os sonhos é que são lembranças de mentira?
Eu não sei. Não entendo a confusão disso tudo. As minhas lembranças são falhas e confusas, como uma TV em dia de chuva. Nem sempre acredito nelas, pois as confundo com meus sonhos, que parecem reais. E não tenho memória suficiente para diferenciá-los. Eles me enganam e me confundem, sempre que podem. Vêm do nada, sem controle, sem disciplina e sem limites.
Meus pensamentos, meus sonhos e minhas lembranças são como um só. Sem diferença. Pois não os escolho, não os controlo e não os entendo, igualmente.
E quando canso, eu que os engano e finjo. Finjo que lembro, finjo que sei e finjo que entendo.
Algumas coisas tem uma complexidade tão grande que se a busca pela compreensão for insistente demais o resultado é a loucura.
Então, eu só penso. Só lembro. Só sonho. Cada um a sua maneira. Como tem que ser. Nem sempre gosto. Nem sempre odeio. Nem sempre choro. Nem sempre sorrio. Cada dia é um ponto de interrogação, um anseio.
E me confundo a ponto de não saber o que é real, o que é sonho e o que é lembrança.
E mais uma vez, finjo.
Somente assisto os filmes que passam depressa na minha mente, acreditando que são reais, quando penso não estar de olhos fechados, dormindo.
Eles passam depressa, sem muita nitidez. Sem rostos, sem definições. Acredito serem lembranças, pois me parecem familiares hoje. Mas nem sempre é assim e minha convicção não é de durar muitos instantes. A maior parte do tempo é dúvida. É confusão. E, confesso, não ter muita paciência para isso. E busco o mais fácil: acreditar, apenas.
Acreditar que tudo é a mesma coisa. E que nada vai fazer sentido. E que nesse caso, a melhor coisa a fazer, é fingir mesmo.
18-02-2011
20:02 hrs.
d ^. ^ b - Death Cabie For Cutie
Nossa mente é extremamente confusa ou devastadoramente brincalhona... pois somos acometidos de deixar fugir episodios fabulosos de nossa vidas, mas lembramos com riquezas de detalhes de um vestido usado em um determinado dia, ou de um perfume que embriaga.
ResponderExcluirSerá a mente que domina nossas lembraças ou somos nós que não reparamos o que realmente é importante, somente nossa lembrança entende!