Silêncio.
Silêncio nos lábios.
Mas o pensamento grita.
Como de costume.
E não deixa em paz, não deixa dormir, não pára de sonhar.
Como se costume.
Música de fundo. Bem calminha.
Com algumas lembranças, às vezes.
Outras vezes, não.
Certas coisas tem somente a razão de não ter?
Ou a gente acaba por desistir de encontrar razão?
Hoje fico em dúvida.
Às vezes, é mais fácil aceitar.
Deixar as coisas como estão.
Dá trabalho pensar, mudar, reconstruir, decidir, pensar...
Dá trabalho e a gente cansa rápido.
Então é melhor sempre deixar pra depois, pra amanhã, pra lá...
E fica assim.
Exatamente como está.
E o “como está” não me satisfaz.
Mas nada muda se a gente não mudar.
E não é mudar somente, é acreditar, concordar, escolher.
Sem mentir pra si mesmo, fingindo estar tudo bem quando não está.
Fingindo entender.
Fingindo...
Fingindo...
E fingindo que não finge.
Eu finjo, às vezes.
Finjo que está tudo bem, pra ter forças, não desistir.
Dar forças, sorrir...
Mas é difícil demais.
E, às vezes, tenho que fingir.
E finjo que não finjo.
E acredito.
Pra quem sabe aguentar de verdade.
E nisso, descubro ser mais forte do que pensava.
Mas não gosto de deixar as coisas pra lá.
Não gosto de assuntos mal resolvidos, banhos de gato ou café pela metade.
Eu gosto de ser inteira.
Mesmo que isso custe algumas lágrimas.
A gente corre o risco...
Eu não gosto de fingir que nada acontece.
Mas, às vezes, finjo...
Pra ter força, sabe?
Mas, às vezes, dói.
E não sei como fingir que não sinto.
Sou transparente demais...
E fracote demais...
Pra não sentir...
Pra fingir demais...
Pra mentir por muito tempo.
Não consigo.
Não posso.
E não quero.
Prefiro falar a verdade.
Prefiro admitir fraqueza.
Admitir derrota.
Admitir lágrimas.
Que é pra doer um pouquinho menos.
Até que a dor vai passando...
E quase não dói.
E finjo que esqueci.
Que não existe.
Que passou.
Às vezes, funciona.
Às vezes, não.
Nada que não seja verdadeiro se sustenta por muito tempo.
Nem o amor.
Ah, o amor...
Eu não sei falar de amor.
Já disse isso?!
O amor é complicado demais.
A vida é complicada demais.
E a gente finge ter o controle sobre as coisas.
Só que não dá.
Dá pra escolher.
Controlar não.
E escolher não é dominar ou controlar o assunto.
É só tentar.
Ver se dá certo.
E ver se o errado é o certo.
Ou o certo é o errado.
Só que não dá pra saber sem tentar.
Eu tô tentando ser feliz.
Mas acho que, às vezes, não dá.
Mas eu finjo que dá.
E acredito.
E às vezes, dá.
Às vezes, não.
E fico pensando:
Certas coisas tem somente a razão de não ter...
E talvez seja só pra confundir a gente mesmo...
A gente fica pensando, tentando solucionar os problemas do mundo
E talvez não tenha jeito.
Ou talvez tenha.
Mas dá preguiça e cansa.
Dá trabalho.
É arriscado.
E nem sempre vale a pena.
Então a gente deixa pra lá...
E vai empurrando com a barriga...
E até quando dá pra aguentar?!
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Confusão!
Acho que confusão é um negócio que aperta a gente e a gente sufoca.
Parece que é uma mão que segura a gente bem forte e impede de pensar direito.
É uma embolação de pensamentos que ficam competindo pra ver quem fala mais alto.
E é uma competição onde todo mundo ganha.
Acho que confusão é um negócio que tira a gente do eixo.
Acho que tem o objetivo de tirar a gente do lugar,
Mas tem o dom de fazer com que a gente deixe as coisas exatamente onde estão.
Acho que confusão é um negócio que aperta o peito também, não só a cabeça.
Faz com que a gente se sinta perdido e sem chão,
Atiça a imaginação.
Limita a ação.
Dificulta a compreensão.
E venda nossos olhos.
Ou melhor, nos cega.
Nos muda (do verbo emudecer).
E não nos muda, nos entorpece...
Paralisa.
Acho que confusão é um negócio carente demais pra deixar a gente quieto...
Pra deixar a gente em paz...
É um negócio que requer atenção, dedicação e exclusividade.
Fica impregnado, grudadinho com a gente até que a gente acostuma.
Só que nunca acostuma.
Nunca acostuma mesmo.
Aprende a conviver, mas incomoda sempre.
E o tempo todo.
Acho que confusão é um ser que tem vida própria.
E não sei se é por maldade ou justiça,
Mas parece sempre colocar a gente pra baixo.
Faz a gente se sentir burro e indeciso.
Faz a gente guardar o livre arbítrio no bolso.
Faz a gente imaginar uma fé invisível
E faz acreditar que algo cósmico irá resolver todos os nossos problemas (que só a gente mesmo pode resolver).
É um negócio que faz a gente não querer escolher,
Não querer sair do lugar,
Colocar a cabeça num buraco escuro, feito um avestruz.
Confusão é um negócio sem explicação.
E que a gente vive tentando explicar.
E acho que confusão é um nó na garganta.
Ou excesso de sentimentos que transbordam pelos olhos,
Por não aguentarem mais existir do lado de dentro.
Acho que confusão é um negócio que não existe, vive.
E não se pode matar (independente da vontade).
E confusão é um negócio egoísta,
Que não está nem aí pra gente.
E não sei se confusão é um negócio de verdade (de falar a verdade).
Não sei se dá pra levar a sério.
Não sei se é fruto da nossa imaginação,
Apenas conflitos pensamentares,
Ou decisões múltiplas,
Questões de múltiplas escolhas, onde só uma é a correta.
E não sei se existe resposta certa.
Não sei.
Mas acho que confusão é um negócio...
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