segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Fingindo entender...

Silêncio.
Silêncio nos lábios.
Mas o pensamento grita.
Como de costume.
E não deixa em paz, não deixa dormir, não pára de sonhar.
Como se costume.
Música de fundo. Bem calminha.
Com algumas lembranças, às vezes.
Outras vezes, não.
Certas coisas tem somente a razão de não ter?
Ou a gente acaba por desistir de encontrar razão?
Hoje fico em dúvida.
Às vezes, é mais fácil aceitar.
Deixar as coisas como estão.
Dá trabalho pensar, mudar, reconstruir, decidir, pensar...
Dá trabalho e a gente cansa rápido.
Então é melhor sempre deixar pra depois, pra amanhã, pra lá...
E fica assim.
Exatamente como está.
E o “como está” não me satisfaz.
Mas nada muda se a gente não mudar.
E não é mudar somente, é acreditar, concordar, escolher.
Sem mentir pra si mesmo, fingindo estar tudo bem quando não está.
Fingindo entender.
Fingindo...
Fingindo...
 E fingindo que não finge.
Eu finjo, às vezes.
Finjo que está tudo bem, pra ter forças, não desistir.
Dar forças, sorrir...
Mas é difícil demais.
E, às vezes, tenho que fingir.
E finjo que não finjo.
E acredito.
Pra quem sabe aguentar de verdade.
E nisso, descubro ser mais forte do que pensava.
Mas não gosto de deixar as coisas pra lá.
Não gosto de assuntos mal resolvidos, banhos de gato ou café pela metade.
Eu gosto de ser inteira.
Mesmo que isso custe algumas lágrimas.
A gente corre o risco...
Eu não gosto de fingir que nada acontece.
 Mas, às vezes, finjo...
Pra ter força, sabe?
Mas, às vezes, dói.
E não sei como fingir que não sinto.
Sou transparente demais...
 E fracote demais...
Pra não sentir...
Pra fingir demais...
Pra mentir por muito tempo.
Não consigo.
Não posso.
E não quero.
Prefiro falar a verdade.
Prefiro admitir fraqueza.
Admitir derrota.
Admitir lágrimas.
Que é pra doer um pouquinho menos.
Até que a dor vai passando...
E quase não dói.
E finjo que esqueci.
Que não existe.
Que passou.
Às vezes, funciona.
Às vezes, não.
Nada que não seja verdadeiro se sustenta por muito tempo.
 Nem o amor.
Ah, o amor...
Eu não sei falar de amor.
Já disse isso?!
O amor é complicado demais.
A vida é complicada demais.
E a gente finge ter o controle sobre as coisas.
Só que não dá.
Dá pra escolher.
Controlar não.
E escolher não é dominar ou controlar o assunto.
É só tentar.
Ver se dá certo.
E ver se o errado é o certo.
Ou o certo é o errado.
Só que não dá pra saber sem tentar.
Eu tô tentando ser feliz.
Mas acho que, às vezes, não dá.
Mas eu finjo que dá.
E acredito.
E às vezes, dá.
Às vezes, não.
E fico pensando: Certas coisas tem somente a razão de não ter...
E talvez seja só pra confundir a gente mesmo...
A gente fica pensando, tentando solucionar os problemas do mundo
E talvez não tenha jeito.
Ou talvez tenha.
Mas dá preguiça e cansa.
Dá trabalho.
É arriscado.
E nem sempre vale a pena.
Então a gente deixa pra lá...
E vai empurrando com a barriga...
E até quando dá pra aguentar?!



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