domingo, 14 de março de 2010

Fingimento de verdade.

Ter tempo para pensar é pensar, obrigatoriamente.
Inconsciente.
A gente não escolhe os pensamentos,
Assim como não escolhe os sonhos, desejos...
A gente não escolhe outras tantas coisas mais.
A gente quase que não tem escolha.
Tem o poder para escolher, mas nem sempre isso é vantajoso.
Queria escolher não ter tempo algum para pensar.
Sempre entro em conflito com os meus pensamentos,
Que sempre são confusos e contraditórios.
Mas ao mesmo tempo, acredito que pouco adiantaria.
Pois não tendo tempo, eu sonho
E mais uma vez não entendo,
Que esses são ainda mais confusos,
Por serem ainda mais involuntários.
Eu gosto dos meus pensamentos.
Eu gosto dos meus sonhos confusos,
Mas não os entendo.
Ou talvez finja não entender.
Talvez para não ter que admitir,
Pois admitindo teria que agir diante disso.
Sempre "digo" isso e repito:
Sou covarde.
Covarde demais para assumir sentimentos e enfrentá-los.
Sou covarde demais para escolher.
E indecisa demais para isso.
Então não escolho, não admito, não assumo e finjo.
Verdadeiramente.
Por proteção ou ilusão.
Por medo ou escolha minha mesmo.
Sou feliz vivendo as minhas doces ilusões
Em que acredito que as coisas sempre são como eu gostaria
E finjo pra mim mesma que tudo é perfeito.
E finjo também que finjo fingimento.
Às vezes finjo fingir.
E é tudo de verdade.

Um comentário:

  1. E há ocasiões que se não fingíssemos, não sonhassemos, não sobreviveríamos.

    Não se vive de ilusões, é bem verdade, mas qual o alicerce para nossos sonhos tornarem-se reais?

    Quais pensamentos não tão bons, para serem transformados em Palavras de Amor, Coragem e Discernimento, reais?

    Beijos mil, Querida Path!!!

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